domingo, 13 de novembro de 2011

Fresta escura


Dizia eu, conselhos e alertas
Como quem abraça e roga praga
Pra escolha da porta que se vai e não mais se volta
Das milhares de portas que estão à minha vista
E, das outras milhares que abrem e fecham mundos,
Daquela, entreaberta, que, revirada, abriga a mim mesmo,
Que deixa fresta escura que não pode se ver e,
Se pudesse, quem se importa? De tantas vidas trancadas em portas,
Nem o meu eu já quer se importar.

E diante de tantas respostas que eu quero,
Sem que perguntas, eu faça,
O que sobra
São as perguntas não ditas,
Escondidas
Ali de trás.

Estou abismado como quem olha e não vê,
E se vê, esquece.
Também, de que me adiantaria lembrar
Se as lembranças já são vagas
E ainda que não fossem, seriam?

De que me adianta uma concessão do destino
Para poder andar em enorme corredor,
Em altivez de gente grande que acha que abre e fecha portas?
Tudo...


Bruno Figueira

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